Suponhamos que eu jogue uma pedra num rio, e essa pedra assuste um peixe que estava saindo. Quanto à ordem natural e ao que chamamos destino, estaria participando ou estaria interferindo? -Forfun.

~Fatos simples que acarretaram a felicidade instantânea.

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Girando de braços abertos, voltada para o céu, com os olhos fechados e um sorriso largo estampado no rosto, abri minha mente, esvaziei os pensamentos e deixei com que a água da chuva me lavasse a alma.


~E pês? - A Primeira Parte.

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A névoa densa no ar era apenas uma projeção de seus pensamentos distantes naquela tarde quente de verão. Talvez fossem alucinações devido ao calor insuportável que fazia dentro daquela casinha de madeira lá no alto da Montanha Vermelha. A Montanha Vermelha era um vale imenso, que nem sequer era vermelho. Ela ia para lá para pensar ou colocar ordem nos pensamentos, sempre sentada numa cadeira antiga de balanço, que ficava no meio de uma sala vazia, empoeirada e escura, exceto por um feixe de luz vindo da telha quebrada logo acima de sua cabeça. Ela banhava-se naquela luz, deixando fluir suas ideias. Mas o verão havia mudado, era muito quente de uns tempos para cá. Como já havia previsto que um dia acontecesse algo nesse nível, há alguns anos atrás havia plantado três Ipês Amarelos, escolhidos a dedo e já em fase de crescimento um tanto avançado, logo abaixo de onde a pequena casinha ficava, para que pudessem fazer sombra no alto da Montanha.

Então, por não suportar mais o calor, deixou a cadeira, que continuou a balançar por alguns segundos, olhou rapidamente para trás e fechou a porta, utilizando aquela grande chave enferrujada. Suspirando por alguns segundos, sentou-se debaixo da sombra do maior Ipê, escorada no tronco um tanto enrrugado, olhando para o céu azul que fundia-se com o amarelo vivo das flores.


~Simples assim.

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A simplicidade das pequenas coisas é o que mais me encanta. Quanto mais infantil, melhor. Guerra de bixigas, guerra de travesseiros, lambuzo de sorvete, risadas intermináveis e o bom humor no ar sempre. Eu me senti em uma outra imensidão quando fui tomada pelo calor daquele abraço longo e duradouro, pelos braços envolventes e pela pele extremamente macia que ele tinha. Seu perfume era embriagante, incrivelmente estonteante. Nós dois apenas permanecemos abraçados, sorrindo enquanto girávamos no ar, os olhos verdes penetrantes dele brilhavam na luz do sol e meus cabelos azuis rescém coloridos esvoaçavam ao vento naquele final de tarde de verão.


~Os três coelhos brancos (para quem não leu)

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Esses dias eu estava andando na rua, quando começou a sair luz de tudo que é lado, até mesmo dos bueiros sombrios e das pessoas. Aí, apareceu um coelho branco como a neve e me pediu para sair correndo. Por que eu ouviria um coelho? Daí ele puxou o 38 e eu corri em debandada. Mas tudo estava branco, eu não sabia onde estava indo. Só sei que quando abri os olhos, estávamos eu e três coelhos brancos sentados em uma mesa de tomar chá, daquelas de antigamente, discutindo a existência do Papai Noel relacionada com a Crise mundial de 1929.
Os três coelhos saltitantes, felizes e fofinhos deixaram-me lá na mesa de chá e saíram por aí a matar. Seus disfarces eram perfeitos, enganavam todas aquelas criancinhas tontas e bestas. Suas tocas eram grandes e espaçosas, para que coubessem até mesmo as crianças mais gorduchas. Prometiam doces à elas para convencê-las a irem com eles. Crianças trouxas.
Os coelhos viviam uma vida pacata de crimes bárbaros. E agora, eu sabia de tudo.

Sentada sozinha naquela mesa de chá, resolvi investigar a toca dos coelhos mais detalhadamente. Levantei e olhei em volta, eu estava numa sala completamente branca, das paredes ao chão, exceto por uma gravura na parede, a qual não consegui identificar de longe. Me aproximei e li as palavras "Mãe, eu não acredito mais nos coelhos" escritas em giz de cera laranja. Parecia a letra de uma criança, e deveria ser. Contudo, eu não entendi o significado das palavras. Li e reli, e acabei desistindo, fui explorar o restante da toca. Achei a porta para sair da sala, a qual só se podia ver a maçaneta lilás. O outro lado da porta era extremamente diferente do de dentro. Eu realmente me apavorei e comecei a suspeitar dos coelhos naquele exato momento. A porta era horrível, que coelhos de péssimo gosto. Quem é que pinta a porta de rosa-choque e a cobre de coraçõeszinhos amarelos? Ainda com aquela plaquinha ridícula "Sala das reuniões carinhosas" e uma lista dos próximos assuntos a serem debatidos: "O Papai Noel é melhor do que nós?", "Planos para vencer o Noel", "Como lidar com a popularidade do bom velhinho", "Coelho x Noel, 3ª Guerra Mundial?" e "Roupas vermelhas fazem maior sucesso?". Minha indignação foi interrompida pelo som da porta da frente se abrindo, e sem pensar voltei correndo e me sentei novamente na mesa, assobiando para disfarçar.

Os três coelhos abriram a porta com olhar desconfiado e andando sobre apenas duas patas. O coelho maior e mais gordo tinha um olhar 43 do mal e me encarava seriamente. Naquele momento eu pude ouvir uma criança falando algo, não dava pra saber o que exatamente, contudo não percebi medo em sua voz fina. Foi uma cena estranha e engraçada, eu sempre vejo humor onde não há. Os três coelhos estavam parados de frente para mim, me olhando nos olhos. Ouço um deles falar para o outro "Ela saiu da sala. Ela viu". Continuei a assobiar, tentando disfarçar o medo em meus olhos, porém isso era difícil. De repente os coelhos formam um círculo e começar a cochichar, eu não ouço nada. O coelho mais magro sai da sala e só ficam o coelho de tapa-olho e o gorducho, que sentam-se à mesa junto a mim. "Nós sabemos que você sabe do nosso segredo." "Como assim, eu não sei de nada, eu juro, eu não sei!", mas eles sabiam que eu sabia, mesmo que eu não soubesse que eu sabia o que eles pensavam que eu sabia. Nesse momento, volta o coelho magricela, acompanhado de um menino gordinho, todo babado e sorrindo debilmente com os dentes cheios de chocolate. O coelho de tapa-olho indaga com sua voz rouca "Mande ele falar" e o coelho magricela cutuca a barriga do menino que diz "Eu amo chocolate, eu gosto mais da Páscoa, eu não gosto de Natal, eu odeio o Papai Noel e vou matá-lo". O coelho do tapa-olho dá um meio sorriso e manda o magrelo levar o menino. "Pronto, viu só" e voltou a sorrir. Não entendi nada. Mas perguntei um tanto espantada "Como assim, vocês não matam as crianças?" "Claro que não, menina tola, só escravizamos elas e as fazemos odiar aquele velho gorducho de vermelho". Suspirei aliviada, pedi para sair, mas antes eles me convidaram para tomar mais uma última xícara de chá, enquanto discutíamos a popularidade do Noel relacionada com a política na Europa no século XIX.


~Coincidentemente.

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A cada instante, milhares de coisas acontecem no mundo ao mesmo tempo. Milhares de coisas repetidas acontecem, em uma sincronia secreta, que não é totalmente possível acompanhar. Nesse exato momento, tem algum bebê nascendo, tem uma borboleta pousando, tem uma criança sorrindo, tem alguém olhando TV, tem alguém chorando, tem um ladrão roubando um banco, tem alguém fumando, tem alguém dormindo, tem alguém comendo pipoca, tem alguém escrevendo, tem alguém abraçando alguém, tem alguém brigando com alguém, tem um cachorro pulando, tem alguém ouvindo música, tem um mosquito voando, tem uma casa queimando, tem uma padaria fazendo pão, tem alguém comendo sorvete, tem alguém plantando uma árvore, tem um menino jogando futebol, tem alguém pulando de felicidade, tem alguém triste, tem um amor nascendo, tem alguém no msn, tem um alguém com o relógio atrasado, tem alguém dizendo adeus, tem uma onça caçando sua presa, tem alguém passando mal, tem uma banda tocando, tem alguém caminhando na beira da praia, tem alguém enchendo balões, tem um casal de mãos dadas, tem alguém rindo muito, tem alguém contando piadas, tem um inseto pousando numa flor, tem alguém roendo as unhas, tem alguém tomando banho, tem um celular tocando, tem alguém tocando violão, tem alguém comendo pizza, tem alguém pulando corda, tem alguém lendo um blog.


~Pequeno esclarecimento.

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Tá, eu não consigo criar uma personagem sem que tenha algo a ver comigo. Não consigo escrever sem que coloque algum acontecimento recente meu. Eu tentei, mas sei lá, ando tão sem ideias, que qualquer coisa legal que acontece pode virar uma história mirabolante. E isso não é legal? Bah, eu acho muito legal, posso criar qualquer coisa, posso viver qualquer coisa usando as palavras para isso. Posso misturar realidade com ficção. Posso imaginar! Portanto, é, talvez as personagens que crio carreguem um pouco de mim -ou até muito em alguns casos.
No segundo post desse blog, eu disse que a personagem não teria nada a ver comigo. E eu não sei mentir.
Até mais.


~Entorpecência musical.

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Era vermelha, toda vermelha, com alguns detalhes pequenos em branco.
Suas cordas eram brilhantes, como nunca ela tinha visto. Parecia que a havia chamado, para tocá-la com seus dedos finos e fazer transbordar o som um tanto violento. Ela amava rock'n roll. Seus olhos brilhavam a cada nota que ela executava na guitarra. A cada toque nas cordas de aço, que ao mesmo tempo eram tão macias. O som era tão entorpecente, brotando desde sua cabeça, até passar por seus dedos que faziam as notas quando posicionados sob as cordas.
Ficava em frente à praça central da cidade em que morava, e era uma linda loja, desde à fachada em azul e preto com uma laranja pela metade como slogan, até -e principalmente- às guitarras de diversas cores e tamanhos.
Após uma tarde extraordinária, deixando-se levar pelo som da guitarra, apaixonou-se.
E depois disso, retornou todas as tardes naquela loja de guitarras.


~Em um codinome Beija-Flor ♪

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A sincronicidade unifica o que é distante.
Há superfície no profundo, e um fundo no que é raso.
Veja bem, crio um novo Blog, e ao contrário do que eu pensava, não consigo pensar em algo digamos assim, interessante, que possa ser contado.
Então eu criei uma personagem, a qual será ativa e participante de alguns pequenos contos ou qualquer merda que eu escrever. Aos poucos, em alguns textos, irei descrevê-la, não só fisicamente, como psicologicamente. E atenção: é uma personagem, não sou eu. Quero que fique claro. Nem ao menos é alguém que eu queira ser. Nada disso, só uma personagem curiosa e criativa, talvez um pouco metida, mas feliz.
Tenho algumas pequenas ideias, mas assim que eu conseguir imaginar todos os detalhes necessárias, escreverei aqui.
Tchau,
até um dia qualquer.


~Essa metamorfose ambulante.

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Veja só, eu talvez tenha pensado em algumas outras coisas para se escrever que não se encaixam no contexto "Anime-se". Mas peraí, uma fase depressiva? Um blog com coisinhas de emo? Claro que não, né, nada a ver comigo. Mas talvez um blog para postar coisas que não sejam tão engraçadas, coisas que vejo, vivo, ouço, coisas que imagino. Vivemos uma metamorfose ambulante, quer queiramos ou não. Enfim, não pense que vou postar todo dia, pois não vou. Não pense que nunca irei postar, pois quando eu estiver afim e com ideias legais na cabeça, com certeza será um prazer escrever concretamente meus pensamentos. E também não pense que irei abandonar o Anime-se!, pois eu não vivo sem humor, sem rir ou sem tentar fazer os outros rirem (muitas vezes sem sucesso, eu sei). Acredite, eu continuarei a ser a mesma pessoa, ou talvez pensarei que sou a mesma pessoa. Ou mesmo pensarei que penso em achar que sou a mesma pessoa porque eu sou. AAAAAAAAH, compreende? Ser adolescente não é tão fácil, certo? Incertezas, indecisões, e tal. Né?
Tá, té mais.